quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Mark Silver: Carta 1



Que a justiça de Khalmyr alcance a todos!

Eu sou Mark Silver, Conselheiro de Malpetrim. Mas não nasci conselheiro, já fui um aventureiro, e como estes costumam diferenciar os seus por suas habilidades de tática e perícia, posso me definir como um Paladino de Khalmyr.

Também não nasci paladino, ao menos acredito que não, essa é uma história longa, mesmo assim tentarei resumir ao máximo de uma forma plausível.

Certa vez um elfo me disse que em meio a todo o colorido de Arton sempre existe um lado sombrio. Pois bem nunca conheci meus pais. Fui deixado em uma cesta na porta de um templo de Khalmyr, com um medalhão que trazia meu nome ao redor do pescoço, que inclusive carrego comigo até hoje. Os clérigos e sacerdotes me criaram da melhor maneira que conheciam: dentro da fé do Deus da Justiça.

Com poucos anos eu já me sentia diferente, os outros diziam que eu demonstrava grande sabedoria, além de fé verdadeira e dedicação fervorosa aos ensinamentos de Khalmyr, além de uma personalidade marcante e grande força de caráter. Tudo isso mesclado com um elevado poderio muscular e resistência física eu só pude me considerar abençoado pelos deuses, mas parece que toda benção carrega uma maldição.

Começaram a surgir dúvidas em minha mente e também escolhas, posso dizer que fui tentado até mesmo pelos meus pensamentos. Entretanto, onde o Alto Clero via muitas possibilidades eu via apenas uma: o caminho do paladino. Minha escolha foi aceita por Khalmyr e antes do esperado eu já cavalgava por Arton. Mas então veio uma contradição: Em meio ao lado sombrio de Arton sempre existe um colorido escondido. Não me aventurei sozinho por muito tempo, conheci aqueles que até hoje posso chamar de amigos e companheiros de aventura – os Leões de Aço.

Foi ai que percebi qual era o meu propósito, sim defender fracos e inocentes, levar as palavras da justiça aos pontos distantes do mundo conhecido e além, mas principalmente destruir o mal. Esse é o diferencial do paladino. Um guerreiro sagrado pronto para enfrentar as Hordas Malignas que infestam o mundo. O paladino começa desde cedo abençoado pela Graça Divina e Pela Saúde Divina, mas a habilidade de detectar o mal e destruí-lo acompanha o guerreiro sagrado desde o início.

Com o tempo a moralidade do paladino é testada, e ele deve mostrar bondade, mas também justiça. Em meio a tudo isso surge ás forças opositoras, quando você combate o mal, e ele percebe seu potencial, tenta eliminar essa ameaça, normalmente de duas formas, te destruindo ou te corrompendo... Sim, acredite é tentador, quando você é um iniciante tem o dever de proteger os fracos, mas parece que é tudo o que você tem, ou seja, deve seguir ordens, cumprir códigos, e ainda proteger os outros que estão sempre se divertindo e exibindo suas habilidades exóticas, lançando magias, surgindo do escuro e desferindo golpes mortais, ou ainda enganando e tirando vantagens das situações. Tudo parece demorado, você chega a se sentir inferior, e aí te oferecem poder, dominação, controle, vingança, coisas que por vezes rondam sua mente...Sim, essas coisas ás vezes rondavam minha mente, mas eu resisti, e fui recompensado.

Parece irônico, mas a gente só dá valor quando perde. Em meio ao caos de minha mente meu mentor sempre me ajudava, mesmo que na hora não parecesse mesmo uma ajuda, sempre me dizia o que fazer, e era sempre o mais difícil, mas essa era a minha maldição e também a minha benção, apenas quando ele se colocou na frente de um demônio para sacrificar-se por minha vida entendi que estou aqui para fazer a diferença.

Não estava apenas para proteger os fracos e plebeus da vilazinha infestada de goblins, mas eu também estava aqui quando Malpetrim foi invadida e já defendi Arton quando enfrentei a Tormenta, mesmo que a maioria nunca irá saber disso, sim estou alcançando minha realização pessoal, repito: a minha, por isso não espero ser reconhecido por outros e nem ser reconhecido pelo que faço e sim pelo que sou.
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 Esse texto foi retirado a partir do blog Knight of Hammer, que acredito que seja do Fernando Brauner e do livro "Guerras Táuricas" (Gustavo Brauner / Leonel Caldela) da Editora Jambô. A imagem também provém do Knight of Hammer, Mark Silver é um personagem de Roger Medeiros.
Agradeço à todos pela colaboração... nos vemos em Arton!