Que a justiça de Khalmyr alcance a todos!
Eu sou Mark Silver,
Conselheiro de Malpetrim. Mas não nasci conselheiro, já fui um aventureiro, e
como estes costumam diferenciar os seus por suas habilidades de tática e
perícia, posso me definir como um Paladino de Khalmyr.
Também não nasci paladino,
ao menos acredito que não, essa é uma história longa, mesmo assim tentarei
resumir ao máximo de uma forma plausível.
Certa vez um elfo me disse
que em meio a todo o colorido de Arton sempre existe um lado sombrio. Pois bem
nunca conheci meus pais. Fui deixado em uma cesta na porta de um templo de
Khalmyr, com um medalhão que trazia meu nome ao redor do pescoço, que inclusive
carrego comigo até hoje. Os clérigos e sacerdotes me criaram da melhor maneira
que conheciam: dentro da fé do Deus da Justiça.
Com poucos anos eu já me
sentia diferente, os outros diziam que eu demonstrava grande sabedoria, além de
fé verdadeira e dedicação fervorosa aos ensinamentos de Khalmyr, além de uma
personalidade marcante e grande força de caráter. Tudo isso mesclado com um
elevado poderio muscular e resistência física eu só pude me considerar
abençoado pelos deuses, mas parece que toda benção carrega uma maldição.
Começaram a surgir dúvidas
em minha mente e também escolhas, posso dizer que fui tentado até mesmo pelos
meus pensamentos. Entretanto, onde o Alto Clero via muitas possibilidades eu
via apenas uma: o caminho do paladino. Minha escolha foi aceita por Khalmyr e antes
do esperado eu já cavalgava por Arton. Mas então veio uma contradição: Em meio
ao lado sombrio de Arton sempre existe um colorido escondido. Não me aventurei
sozinho por muito tempo, conheci aqueles que até hoje posso chamar de amigos e
companheiros de aventura – os Leões de
Aço.
Foi ai que percebi qual era
o meu propósito, sim defender fracos e inocentes, levar as palavras da justiça
aos pontos distantes do mundo conhecido e além, mas principalmente destruir o
mal. Esse é o diferencial do paladino. Um guerreiro sagrado pronto para
enfrentar as Hordas Malignas que infestam o mundo. O paladino começa desde cedo
abençoado pela Graça Divina e Pela Saúde Divina, mas a habilidade de detectar o
mal e destruí-lo acompanha o guerreiro sagrado desde o início.
Com o tempo a moralidade do
paladino é testada, e ele deve mostrar bondade, mas também justiça. Em meio a
tudo isso surge ás forças opositoras, quando você combate o mal, e ele percebe
seu potencial, tenta eliminar essa ameaça, normalmente de duas formas, te
destruindo ou te corrompendo... Sim, acredite é tentador, quando você é um
iniciante tem o dever de proteger os fracos, mas parece que é tudo o que você
tem, ou seja, deve seguir ordens, cumprir códigos, e ainda proteger os outros
que estão sempre se divertindo e exibindo suas habilidades exóticas, lançando
magias, surgindo do escuro e desferindo golpes mortais, ou ainda enganando e
tirando vantagens das situações. Tudo parece demorado, você chega a se sentir
inferior, e aí te oferecem poder, dominação, controle, vingança, coisas que por
vezes rondam sua mente...Sim, essas coisas ás vezes rondavam minha mente, mas
eu resisti, e fui recompensado.
Parece irônico, mas a gente
só dá valor quando perde. Em meio ao caos de minha mente meu mentor sempre me
ajudava, mesmo que na hora não parecesse mesmo uma ajuda, sempre me dizia o que
fazer, e era sempre o mais difícil, mas essa era a minha maldição e também a
minha benção, apenas quando ele se colocou na frente de um demônio para
sacrificar-se por minha vida entendi que estou aqui para fazer a diferença.
Não estava apenas para
proteger os fracos e plebeus da vilazinha infestada de goblins, mas eu também
estava aqui quando Malpetrim foi invadida e já defendi Arton quando enfrentei a
Tormenta, mesmo que a maioria nunca irá saber disso, sim estou alcançando minha
realização pessoal, repito: a minha, por isso não espero ser reconhecido por
outros e nem ser reconhecido pelo que faço e sim pelo que sou.
______________________________________
Esse texto foi retirado a partir do blog Knight of Hammer,
que acredito que seja do Fernando Brauner e do livro "Guerras Táuricas" (Gustavo Brauner / Leonel Caldela) da Editora Jambô. A imagem também provém do Knight of Hammer, Mark Silver é um personagem de Roger Medeiros.
Agradeço à todos pela colaboração... nos vemos em Arton!