A Queda dos Piratas – A Vitória Impossível da Cobra Véia
Jamais se esquecerá o dia em que a Cobra Véia enfrentou a morte — e a olhou nos olhos sem piscar. Aquele combate não foi apenas uma batalha; foi uma ópera sangrenta de dor, sacrifício e glória, marcada por aço flamejante, magia ancestral e a vontade inquebrantável de vencer.
Logo no início, o Capitão Hobgoblin, a invocação traiçoeira de Zanzertein, montado como um arauto da destruição, cravou sua espada em uma das unidades inimigas, destroçando ossos e dilacerando carne. Os piratas cambalearam, mas antes que pudessem fugir, os Tentáculos Negros de Zanzertein emergiram do chão como as mãos de um deus antigo, envolvendo os sobreviventes e esmagando-os até que o silêncio reinasse novamente.
Bolgg, o colosso de fúria, foi alvo de um ataque brutal. Lâminas de cimitarras perfuraram o ar, mas o guerreiro resistiu — seu corpo uma muralha de couro espesso e músculos endurecidos. Apesar de ferido na perna, continuou de pé, mais bestial do que nunca. E então, ele revidou. Como um martelo divino, sua espada executora ceifou duas unidades inteiras de piratas — sangue e membros choviam como folhas no outono.
Enquanto isso, Aric preparava-se para dançar no fio da navalha. Com goles de poções, dividiu-se em reflexos ilusórios. A velocidade o tornava um vulto, e a Concetração em Combate lhe fazia mais temível graças à sutileza de sua Prestidigitação, ele se tornava impossível de conter — um coelho em forma de guerreiro.
No meio disso, Jalin, o pistoleiro imbatível, ergueu-se com teatralidade e declarou a sentença final: "Todos vocês estão mortos." Sua introdução calorosa incendiou a alma dos aliados e lançou o medo nos corações dos que ainda respiravam. Sua presença se tornava um símbolo de morte inevitável.
E então, Alurra foi apanhada pelos tentáculos — esmagada lentamente enquanto tentava, com desespero, sacar sua arma. Mas antes que pudesse reagir, Goblin, o elfo azulado de Lenórien, alvejou Beleg com uma chuva de flechas. As serpentes mortas-vivas se jogaram para protegê-lo, mas uma das setas atravessou o peito do arqueiro, que caiu inconsciente.
Kaminari, o anjo caído, conjurou uma Coluna de Chamas para destruir tudo. Mas Zanzertein, impassível, elevou a mão e dissipou a magia com precisão cirúrgica. Em seguida, cobriu seus aliados com névoa arcana, obscurecendo os olhos dos inimigos.
O Capitão Hobgoblin se libertava dos tentáculos, ao mesmo tempo que os piratas insistiam em atacar Bolgg. Ferido, lento, mas não domado, ele se enfureceu. E como um avatar da destruição, esmigalhou o restante dos piratas em um frenesi de golpes.
Com o sangue ainda escorrendo do peito de Beleg, Jalin o puxou para longe do fogo cruzado e começou a tratá-lo. Aric, veloz como o vento, uniu-se ao esforço, curando o amigo caído. Quando Goblin disparou mais flechas, atingiu apenas névoa e ilusões — Beleg já não estava lá. Foi Jalin, agora imitando o arqueiro, quem se colocou em seu lugar e enganou o inimigo.
Despertando ainda caído, Beleg tentou reagir, disparando sua besta com mãos trêmulas — mas a flecha errou. Kaminari, vendo Alurra em perigo, lançou Santuário, enquanto os feitiços inimigos continuavam a envolver o campo.
Mas Zanzertein agia no plano superior da guerra. Ergueu sua mão e, num único gesto de poder, dissipou todos os encantamentos hostis. Alurra desapareceu, teleportada por uma contingência cuidadosamente preparada. Goblin, que não mais voava, agora exposto, foi agarrado pelos tentáculos e dilacerado, com o Capitão Hobgoblin abrindo caminho com sua lâmina, e Bolgg dando o golpe final, cravando a espada no peito do elfo, encerrando sua história.
Jalin puxou Bolgg para longe, pois o bárbaro, ainda em fúria, havia se lançado sem pensar na zona letal dos tentáculos. No auge do caos, Kaminari, em um último ato de poder, conjurou uma nova Coluna de Chamas. Desta vez, nem mesmo Zanzertein pôde conter o feitiço. Mas o poder do anjo caído não foi suficiente para apagar os heróis: a resistência conjurada mais cedo por Zanzertein protegeu seus aliados do fogo e luz ardentes, Aric e Jalin se esquivavam magestosamente usando a evasão.
Zanzertein então usou os últimos resquícios de mana com sua Súplica Mística, absorvendo a energia residual dos piratas desmaiados e dissolvendo os encantamentos restantes do Capitão Hobgoblin, que foi libertado, com um último agradecimento silencioso antes de partir.
E no último ato, Jalin surpreendeu a todos com um disparo mortal que acertou Kaminari no peito. Beleg, mesmo ainda fraco, disparou uma flecha certeira no olho do anjo caído, cegando-o. Kaminari ergueu sua espada, amaldiçoou os heróis em nome de Aharadak, o deus da Tormenta, e declarou a vitória da Cobra Véia. Mastigou algo e tombou sem vida, preferindo a morte a ser capturado.
Zanzertein, curioso, sentiu a fagulha mágica deixada por Alurra. Descobriu que, no instante da dissipação, ela ativou uma contingência e fugiu para um local seguro. Ela ainda vive... por enquanto.
Mas ali, no topo de cadáveres e brasas, a vitória da Cobra Véia se ergueu — improvável, impossível, mas conquistada.
Com estratégia, inteligência e preparo… nós vencemos.
Contra todas as probabilidades. Contra todos os deuses.
Cobra Véia sobrevive. Cobra Véia morde. Cobra Véia se ergue.
Texto por Roberto Oliveira.
Revisão por Leandro Carvalho.
Imagem gerada pelo Bing.