Raisenzan observou o Parvatar pulsar em nossa posse, agora carregado com três das quatro energias primordiais. Sua expressão, sempre severa, vacilou por um instante.
— O último vestígio — repousa nas Montanhas Uivantes… — disse ele, com a voz pesada. — E para encontrá-lo, precisarão da orientação de alguém muito… especial. Procurem Beluhga.
O salão ficou em silêncio.
Até os aventureiros mais calejados se entreolharam, atônitos.
Alguns juravam que o Beluhga havia desaparecido séculos atrás. Outros diziam que ele morrera. Mas, segundo Raisenzan, algo de sua essência ainda vagava naquelas montanhas sombrias e ululantes.
⚙️ Preparativos e cirurgias improváveis
Enquanto os Cobra Véia se preparavam para a nova missão, Gyodai, de forma muito peciar, marchou até o Centro Médico dos Monstros.
Carregava consigo um braço de orc mutante, ainda rígido e marcado por veias escuras, e uma carta assinada por ninguém menos que Diamante Orihalcon.
O lefou exigiu — com a naturalidade de quem pede um polimento — uma cirurgia de enxerto. Os médicos apenas suspiraram, acostumados às suas excentricidades.
Enquanto isso, o resto do grupo comprava itens, reabastecia estoques, preparava bombas, pergaminhos, poções e engenhocas. Era a calmaria tensa antes da próxima tempestade.
🐡 A missão inesperada de Takifugo
Foi então que surgiu Takifugo, o misterioso tritão mensageiro de Ezequias Heldret.
— Antes das Uivantes, há algo que precisam fazer.
Seu tom indicava urgência — e quando Takifugo falava assim, era porque Ezequias tinha um interesse real.
Ele não nos deu tempo para discutir.
Em vez disso, apresentou-nos Professora Sheestella, da Academia Arcana.
Zanzertein a reconheceu imediatamente. Ambos haviam sido tutores da Academia em épocas diferentes.
Sheestella olhou demoradamente para o mago, tentando encaixar o rosto na memória.
Quando Anastacia se aproximou, uma estranha e triste sinergia tomou forma:
Os três elfos haviam passado por Tapista — haviam sentido o peso da escravidão — e todos carregavam as cicatrizes visíveis e invisíveis que apenas quem viveu em Lenórien realmente entenderia.
Foi um reencontro silencioso, mas poderoso.
🧪 A missão da professora
Sheestella explicou que precisava de escolta para uma pesquisa arcana — algo delicado, quase secreto.
O pagamento era baixo.
Muito baixo.
Mas Takifugo havia recomendado a missão pessoalmente.
E quando alguém tão influente recomenda algo… os Cobra Véia sabem que aquilo tem importância maior do que parece.
Aceitamos.
🐍 O guia nagah
Após atravessrem um portal para o Deserto da Perdição, Sheestella nos apresentou seu companheiro de viagem: um nagah, de fala calma e movimentos ondulantes.
Zanzertein imediatamente ficou tenso — nagahs costumam ser devotos de Sszzaas, deus dos mistérios e traições.
E Sszzaas tinha interferido no destino de Zanzertein no passado, roubando-lhe o que poderia ter sido uma vida inteira como arqueiro — desviando-o para o caminho da magia.
O mago ficou atento.
Desconfiado.
Sempre com uma mão próxima ao grimório.
Mas durante a viagem pelo deserto, o nagah se mostrou um guia hábil.
Desviou-nos de emboscadas, atalhos perigosos e tempestades de areia invisíveis.
Não demonstrou hostilidade, nem ocultou segundas intenções.
Ao cair da noite, paramos em um ponto de repouso natural.
Zanzertein ergueu um Refúgio Arcano, garantindo proteção para o descanso.
Foi então que percebemos a tatuagem do nagah.
Uma pena e um pergaminho.
Brilhando suavemente.
O símbolo de Tanna-Toh, deusa do conhecimento.
Zanzertein relaxou pela primeira vez desde que o vira.
O nagah não era servo de Sszzaas.
Era um estudioso, um buscador da verdade.
Dormimos tranquilos.
🐺 Chacais na noite
Ou melhor… tentamos.
No meio da madrugada, o uivo seco dos chacais ecoou do lado de fora.
As sombras bateram contra o campo arcano do Refúgio.
Kobta acordou primeiro — ou os Kobtas — sacando as três pistolas com a fluidez de um único movimento ensaiado.
Não eram pistolas, eram mini canhões!
Três tiros cortaram a noite.
Um chacal caiu antes de tocar o chão.
Sir Finley levantou-se com o chicote já estalando no ar.
Um golpe rápido entre chicotadas e linguaradas, preciso.
E o segundo chacal foi reduzido a silêncio.
A ameaça dissipou-se tão rápido quanto chegara.
Voltamos a dormir, embora com um olho meio aberto.
🌬 E agora?
Nas primeiras horas da manhã, quando o sol tocava o deserto com seu calor cruel, todos sentimos a mesma coisa:
O próximo passo seria perigoso. Muito perigoso.
Takifugo havia dito que ainda precisávamos de mais conhecimento, mais experiência…
Mas que tipo de desafio exigiria isso antes mesmo de chegarmos às Montanhas Uivantes?
Que forças se movem no deserto?
E o que a professora Sheestella realmente procura?
Texto por Roberto Oliveira.
Revisão por Leandro Carvalho.
Imagens geradas por IA pelo Copilot.

Tudo seguindo conforme os planos de meu mestre.
ResponderExcluirAnsiedade em alta pra ver a traição do Nagah
ResponderExcluirZanzertein Karameikos sentado em torno da fogueira, junto a Anastacia e Sheestela, lhes conta que tem sonhos, como se fosse ele em outra vida, transformado num grande Louva Deus metálico, com presas afiadas, chamadas Pinças Navalhas. Será que elas compartilham de sonhos similares?
ResponderExcluirDepois que o Zanzertein fez a cabana arcana eu dormi de verdade. Nem vi os chacais 🤣🤣🤣🤣🤣
ResponderExcluirFico sabendo pela boca dos outros que o Mago Véio foi um exímio arqueiro no passado. Poderia ter me ensinado a arte do Arco Arcano. Talvez por eu não ser elfo não quis me iniciar nesta arte élfica.
ResponderExcluirFoi estranho e ao mesmo tempo reconfortante esse encontro entre elfos. De fato, não fui a única a sofrer em Trapista e na estrada buscando encontrar sentido na vida ou, na não vida.
ResponderExcluirFicou top a nova diagramação do relato da aventura. Parabéns meninos 👏👏👏
ResponderExcluirO resto é Tatu caminha dentro
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