Atravessamos o riacho sob o murmúrio da correnteza, e, antes de mergulharmos novamente no caos, fizemos um breve piquenique. Não era um momento de paz — era a calmaria do predador antes do bote. Entre bálsamos e essências de mana, Jalin, como o bufão que é, retirou algumas garrafas de sua mochila. As bebidas não só aqueciam o corpo, mas incendiavam a alma; cada gole parecia afiar lâminas invisíveis dentro de nós. O álcool de Jalin transformava simples golpes em execuções.
Marchamos pela floresta, guiados por Thrak’Zul. As árvores cerradas guardavam o sussurro da morte que se aproximava. Num caminho estreito, vimos Orcs — não apenas perseguindo, mas caçando com selvageria uma ninhada de carcajus.
Thrak’Zul, com um brilho assassino no olhar, murmurou que eram da tribo rival. Bolgg, alheio à rixa, só pensava em domar um dos carcajus para a guerra. Um bárbaro e sua fera — era um pensamento tão perigoso quanto poético.
Foi o bastante. O combate começou.
Thrak’Zul atiçou Gyodai e Beleg, prometendo levá-los até a aldeia inimiga e aos tesouros que jazeriam sobre ossadas frescas.
Beleg, cujo ódio pelos Orcs rivalizava com o fogo de mil fornalhas, sentiu o sangue ferver. Os olhos se tornaram rubros como brasas, e a corda do arco gemeu sob a tensão. A Marca da Presa brilhou e a flecha partiu — cortando o ar como um grito. Atingiu o ponto fraco de um Orc, rasgando carne e osso. O monstro urrava, não de dor comum, mas de uma agonia que ecoaria no pós-vida.
Jalin ergueu a voz em canto, e sua música não era melodia — era uma marcha para a matança. Cada acorde inflamava músculos, cada verso transformava hesitação em sede de sangue.
Gyodai recordou as lições de Zanzertein e liberou uma névoa espessa que engoliu o campo de batalha, cegando inimigos e protegendo aliados. Seus punhos se cobriram com a fúria da tormenta; veios rubros pulsavam sob a pele, prometendo destruição.
Então Bolgg… Bolgg deixou a besta sair.
Ativou sua fúria bárbara e mergulhou na névoa, o rugido atravessando as almas dos Orcs. Guiado pelo Totem de Concentração, desferiu um golpe crítico que não matou — despedaçou. O corte partiu o inimigo em duas metades grotescas; vísceras e sangue espesso se espalharam como uma oferenda aos deuses da carnificina. Os Orcs, em vez de recuar, responderam com ódio renovado. A promessa de vingança foi cuspida com dentes cerrados.
Aric invocou um campo de força, transformando-se numa muralha viva.
Dentre os inimigos, surgiu Ghukk, o Vingativo. Rugiu que o Orc morto lhe devia uma dívida — e que agora cobraria em sangue. Avançou para perfurar o pescoço de Bolgg, mas uma das cobras mortas-vivas se arremessou diante da lâmina, morrendo outra vez para salvá-lo.
Rhol, o Desfigurado, vangloriou-se de treinar cortando cabeças de velociraptors e golpeou Bolgg na cintura — a lâmina ricocheteou contra a pele dura do bárbaro, mas deixou a promessa de mais dor.
Gon, o Cruel, auto-intitulado provador de caixões, investiu contra Aric. A armadura do mago refletiu o ataque com o brilho de um sol zombeteiro.
Jalin, rápido, ergueu a gema da iluminosidade, cegando Ghukk e acompanhando o ato com um discurso tão cortante que os próprios Orcs vacilaram.
Gyodai lançou magia de velocidade e agarrou dois Orcs pelo queixo, impedindo que eles se apresentem com braços extras surgindo para esmagar rostos com uma fúria ritmada.
Bolgg não esperou — desferiu outro golpe colossal, transformando um dos Orcs presos em nada além de um lago de sangue e ossos pulverizados.
Aric, imitando a velocidade de Gyodai, sacou sua presa da serpente e atingiu Gon com um golpe harmonizado que perfurou a carne como manteiga.
A batalha se tornou uma dança macabra.
— Rhol tentou caçar Jalin na névoa… e acabou ferido na perna.
— Os Orcs presos tentaram se libertar para "se apresentar" antes de morrer. Gyodai riu. “Morrerão anônimos.”
— Outro caiu inconsciente sob seus múltiplos socos; Bolgg esmagou o último como quem apaga uma fogueira com o pé.
Aric matou Gon, o provador de caixões, deixando-o sem provar o próprio.
Foi quando surgiu um Orc de duas cabeças que se apresentava - Eu sou o Orcmutante — duas cabeças, o dobro da feiura. Avançou contra Jalin, que aparou um golpe e recebeu outro no corpo, o impacto sacudindo ossos. O bardo devolveu com uma chifrada brutal, antes de se curar com magia.
Os ataques seguintes foram uma carnificina encadeada:
— Rhol, o Desfigurado, morreu com uma flecha de Beleg atravessando seu pescoço.
— Gyodai prendeu mais dois Orcs, só para Bolgg matá-los como bonecos de pano.
— Aric perfurou o coração de Ghukk, o Vingativo.
— O próprio Orcmutante errou um ataque e atingiu sua própria cabeça num ricochete grotesco.
— Gyodai agarrou o monstro e esmagou suas duas mentes num abraço que virou massacre.
Quando a poeira e a névoa baixaram, o silêncio era pesado.
Bolgg, ainda com respingos de sangue no rosto, caminhou até um carcaju ferido. Ajoelhou-se, aplicou bálsamo e ofereceu comida. O animal, que minutos antes seria caça, olhou para o bárbaro com respeito instintivo. Talvez… um pacto tivesse sido selado.
Texto por Roberto Oliveira.
Revisão por Leandro Carvalho.
Imagem gerada por IA pelo Bing.
Faz tempo que não passo por aqui e me surpreendo com a mudança do grupo, mais mortíferos e sanguinários.. nem procuram por tesouros, o calor da batalha é o sangue dos inimigos já os confortam..
ResponderExcluir