segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Chamas de Uraghian




Sem conseguir a atenção dos nobres de Sckarshantallas — graças às interferências da maldita capitã Alurra — os Cobra Véia voltaram seus olhos a outra oportunidade. Um acordo foi fechado com Schaven: eles cobrariam as dívidas de Thalliathos, barão de Tyros e irmão do contratante. Missão aceita, marcharam por terras áridas e hostis, até que o chão começou a tremer. Das fendas rochosas, emergiram as abominações conhecidas como Uraghian, crias monstruosas de Megalokk, tão grandes quanto casas e com traseiros flamejantes que exalavam morte.

Anastásia ergueu sua névoa protetora como um véu sombrio sobre o grupo. Kobta, com um sorriso insano, puxou suas três novas pistolas e abriu fogo em sequência. O estampido ecoou no deserto e as balas trespassaram o exoesqueleto da formiga titânica, jorrando um fluido verde e quente no chão rachado.

Gyodai, envolto por energia rubra da Tormenta, concentrou seu poder em um único golpe — o Punho de Mitral — que cintilou como uma lâmina viva, pronto para dilacerar qualquer coisa em seu caminho.

A resposta veio em forma de inferno. O Uraghian ergueu o corpo colossal e, com um movimento grotesco, apontou o abdômen incandescente diretamente para os heróis. Um jato de fogo abrasador explodiu, engolindo o campo de batalha em um mar de chamas. Gyodai e Anastásia ergueram barreiras mágicas no último segundo; Finley e Kobta rolaram pelo chão para escapar do fogo, sentindo o calor arrancar-lhes a pele em bolhas ardentes. Glomer não teve tanta sorte — o fogo lambendo-lhe o flanco e deixando carne chamuscada e ossos à mostra.

Em resposta, Glomer, tomado pela dor, puxou suas bombas com mãos trêmulas e as lançou aos gritos. As explosões sacudiram a criatura, espalhando pedaços incandescentes de seu corpo no ar.

Sir Finley, com a frieza de um carrasco, mergulhou sua lâmina em essência sombria, bebeu uma poção de duplicação ilusória e começou a estudar os movimentos do inimigo, cada passo calculado para o golpe fatal.

Anastásia tentou transformar a fera com magia profana, mas a monstruosidade resistiu com pura força bruta. Kobta voltou ao ataque — tiros rasgaram o ar e perfuraram o abdômen flamejante — até que o Uraghian explodiu em várias aberrações menores, todas ardendo em fúria.

Gyodai, tomado por uma fúria primordial, invocou velocidade sobrenatural e, com seus múltiplos membros, esmagou o crânio de uma das criaturas, espalhando carapaça e sangue fervente ao redor.

As demais se fundiram novamente em um único bando colossal. O jato de fogo seguinte varreu o campo. Finley escapou por um triz, Kobta desviou com maestria — ainda que as chamas lhe arrancassem pedaços de couro —, e Glomer gritou de agonia ao sentir os ossos crepitarem sob o calor.

Sir Finley respondeu com um chicote cruel e uma estocada de língua que perfurou o corpo do monstro. Anastásia ergueu um manto de escuridão que engoliu a arena, dificultando os movimentos do inimigo. Kobta engoliu uma poção e sentiu a carne se recompor em meio ao cheiro nauseante de queimado.

Então, Gyodai invocou o poder da Tormenta e usou Desprezar a Realidade — movendo-se entre os planos como uma sombra viva. Seus golpes múltiplos cortaram o ar e rasgaram a carne da criatura, que tentou contra-atacar... mas só acertou o vazio. O fogo voltou a jorrar, chamuscando o grupo inteiro e deixando a pele de todos marcada por feridas abertas e bolhas fumegantes.

Glomer retaliou com ácido, derretendo parte de abdômen flamejantes. Finley chicoteou as feridas abertas, arrancando guinchos das critaturas. Kobta disparou rajadas incessantes com suas pistolas, abrindo crateras fumegantes nas carapaças.

Por fim, o bando de Uraghian soltou um grito horrendo — e explodiu em um mar de sangue fervente e fragmentos carbonizados. A poeira assentou, e o silêncio se fez.

Cobertos de cinzas e queimaduras, os heróis cambalearam. Gyodai estendeu suas mãos deformadas e liberou sua Secreção Cicatrizante — uma cura grotesca e viscosa que fechou feridas ao custo de ânsias violentas. Os Cobra Véia cuspiram bile e sangue… mas estavam vivos. E, naquele deserto queimado, sua vitória era absoluta.


Nota: a criatura expele um jato corrosivo pela boca e não por outras partes do corpo.


Texto por Roberto Oliveira. 

Revisão por Leandro Carvalho. 

Imagens geradas pelo Copilot.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

O Dia do Tributo




O grupo chegou a Gallistryx, capital de Sckharshantallas, o Reino do Dragão de Fogo. A cidade impressiona com sua arquitetura grandiosa em pedra vulcânica, toda dedicada ao soberano: esculturas dracônicas adornam os prédios públicos, enquanto comerciantes vendem estatuetas e artefatos temáticos. Sob um céu coberto de fuligem que tinge tudo de cinza-avermelhado, os habitantes vestem vermelho com orgulho e formam longas filas para entregar oferendas ao rei.

Vindos de Tyros — feudo protegido pela imponente Muralha e acostumado a conviver com monstros há gerações — os aventureiros descobriram que a entrada aérea no reino é proibida pela guarda de Sckhar, sendo necessário atravessar as fronteiras por terra.

Apresentando a Tiara de Beluhga como credencial, o grupo conquistou um convite para o jantar real. Durante três horas de festividades, os heróis causaram boa impressão na elite do reino, mas o destaque foi todo para a Capitã Alurra, que recebeu a graça especial do Dragão-Rei antes mesmo da festa.

Agora, o desafio é convencer algum aristocrata local a apoiar o plano de ativar o artefato Parvatar. 



Texto e revisão por Leandro Carvalho. 

Ferramenta utilizada, Claude IA.

Imagens geradas pelo Copilot.


quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Revoada de Serpes



Gyodai era um turbilhão de emoções — alegria, ódio e confusão se misturavam ao rever seu verdadeiro mentor: Anastásia. O disfarce de Piatagóras havia caído, revelando a necromante em toda sua glória macabra. As memórias enevoadas pela tormenta não o deixavam distinguir o passado do presente, mas uma coisa era clara: os Puristas haviam corrompido sua mestra, e por isso ele desejava sangue e vingança.

Glomer, após longo hiato e ocupar seu tempo em suas engenhocas, se coloca à disposição para viajar para Sckarshantallas.

Gyodai tentou barganhar com Raisenzan, sugerindo que, com a recompensa certa, poderia ocultar o fato de a tiara ter vindo do próprio dragão. Raisenzan, porém, riu com desdém e recusou, afirmando que não se importava se dissessem que ele a havia encontrado, contrariando o que ele disse mais cedo, que é um dragão muito jovem para morrer e não pode se apresentar em Sckarshantallas. Enfim... O dragão revelou ainda que vários artefatos da deusa Beluhga estavam espalhados por Arton. Diante disso, Gyodai declarou que marcharia para Sckarshantallas com coragem, disposto a provar seu valor. Agora, com Anastásia ao seu lado, sua determinação ardia ainda mais forte.

*Kobta conversa entre os kobolds para traçar suas próximas estratégias e revezam entre si, quem vai ficar por cima, quem fica por baixo, quem vai ser o braço que balança a espada... Entre olhares cúmplices e cutucões, cochichos, risadinhas eles completavam seu rodízio, digno da astúcia de seu povo*

Sir Finley eleva sua voz e diz que ele irá para o reino do dragão com eles. Carregando consigo diversos igredientes como ovos de Cocatriz, Anástácia consola seu filho Gyodai e diz que agora eles juntos são invencíveis. Ela mostra suas novas habilidades e como necromante, conjura servos mortas-vivos para seus aliados.

Quando o grupo chega às terras abrasadoras de Tyros, o sol de Azgher castiga todos, queimando suas forças e derretendo sua esperança. É então que a sombra toma o céu: uma revoada de Serpes — wyverns de escamas negras e ferrões venenosos — mergulha em direção ao grupo, liderada por dois ginetes armados até os dentes. O chão treme com o bater de asas. O cheiro de veneno e carne podre se espalha no ar.


*A batalha começa.*


Os Serpes mergulham como lanças vivas, e Sir Finley é o primeiro a sentir o impacto: presas se cravam em sua carne, rasgando sua pele e deixando-o ensanguentado. Ele é erguido no ar, debatendo-se como uma presa prestes a ser devorada. A cada ferrão que o atravessa, sua pele adquire tons de roxo, o veneno queimando suas veias por dentro.

Kobta se disfarça em ilusões espelhadas, dezenas de cópias rodopiando em meio à poeira e ao calor, confundindo os inimigos. Mas seu truque não o impede de sentir o cheiro ferroso do sangue de Finley escorrendo no chão.

Gyodai, após ficar perdido nos devaneios da tormenta, desperta em fúria. Seus olhos brilham com o poder caótico e seus membros se alongam grotescamente, como garras de um pesadelo vivo. Ele agarra os ginetes montados nos Serpes e os esmaga contra o ar, ossos estalando sob sua força desumana. *“Desprezar a Realidade”*, ele sibila, enquanto a tormenta se contorce ao seu redor como um manto de caos.

Anastásia ergue as mãos e uma névoa sufocante envolve a batalha. Sob seu comando, os mortos se erguem em meio às areias ardentes. Ossadas rangem, crânios flutuam, e o medo se espalha entre as feras aladas. Com uma voz gélida, ela lança *Amendrontar* — e até os Serpes, monstros predadores de sangue, recuam em terror.

Mas a revoada ainda ataca Sir Finley com selvageria, cravejando seu corpo de ferrões venenosos. *O homem-sapo urra de dor, escorrendo baba misturada a sangue, lutando para não ser rasgado em pedaços.*

Então, Kobta e Gyodai unem forças em um golpe devastador. *Kobta imitando o antigo aliado Travok cria um onda cortante de energia atravessa o céu através de seu ataque especial, dilacerando as asas de várias feras.* Sangue negro cai como chuva quente. Gyodai se lança sobre a revoada, braços múltiplos esmagando crânios e rasgando asas em pedaços*

Sir Finley, à beira da morte, reúne suas últimas forças. *Com um giro desesperado, ele escapa e ataca com seu chicote envenenado em mãos e língua disparada como uma lança, ele acerta um dos ginetes no pescoço, atingindo-lhe num estalo grotesco. Gyodai finaliza com seu Punho de Mitral, ossos e sangue explodindo em uma chuva carmesim.*

O último ginete tenta fugir, bem debilitado após o golpe de Kobta, mas Anastásia não permite: um Crânio Voador o atinge em cheio, seguido do miasma pútrito sem piedade que devora sua carne até que cai inerte ao chão.

A revoada foge com medo pois seus mestres haviam caído.

Por fim, o silêncio retorna. O ar cheira a carne queimada, veneno e morte. Gyodai e Sir Finley extraem dos cadáveres o precioso veneno das criaturas, enquanto Kobta limpa o suor e Anastásia absorve a energia necromântica dos corpos ainda quentes.

O grupo, exausto, procura abrigo sob o sol escaldante, carregando nos olhos o reflexo de uma batalha selvagem onde a vida esteve por um fio — e o sangue jorrou como chuva sobre Tyros.


Texto por Roberto Oliveira. 

Revisão por Leandro Carvalho. 

Imagem gerada por IA pela MetaIA. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Raagorans Famintos

 


Das sombras da mata surgem os Raagorans, dinossauros famintos e de olhar assassino.

Beleg ergue o arco e dispara uma flecha certeira. O projétil perfura o olho de um dos monstros e atravessa até o cérebro, fazendo jorrar sangue quente pelo focinho escamoso.

Gyodai, impulsionado por asas grotescas, voa até as criaturas. Com a magia da velocidade pulsando em seus músculos, estende seus múltiplos braços e agarra os dois dinossauros, esmagando costelas sob a pressão titânica.

Jalin ergue a voz em uma apresentação brutal, incitando coragem e fúria em seus aliados.

Kobta gira sua arma em um espetáculo hipnótico, ergue espelhos ilusórios de si mesmo e invoca o Escudo da Fé sobre Gyodai.

Bolgg, a encarnação da fúria, finca sua espada executora contra o peito de um Raagoran, rasgando carne e expondo vísceras em um corte profundo.

Os dinossauros urram em desespero, tentando se libertar de Gyodai, mas falham. Um deles morde o guerreiro alado, rasgando apenas a superfície de sua pele — a magia de Kobta segura o impacto.

Beleg dispara mais flechas. Uma delas atravessa a garganta de um Raagoran, dilacerando a traqueia, mas outra, perdida no caos, crava no ombro de Gyodai.

Furioso, Gyodai explode em um soco remoto que quebra ossos e espalha sangue em um arco grotesco. Ainda assim, sua pressa abre uma brecha, e ele é forçado a erguer seu escudo arcano, reforçado pela fé de Kobta.

Jalin lança uma adaga mental que invade a mente de um dos répteis, deixando-o atordoado e babando espuma carmesim.

Kobta, em um salto giratório, finca sua lâmina no ponto fraco do pescoço da fera. O golpe atravessa a coluna vertebral e o Raagoran desaba morto, cuspindo jorros de sangue.

Bolgg avança como uma besta indomada, rasgando o flanco do outro dinossauro com sua espada — a lâmina arranca músculos e expõe o coração ainda pulsante.

Ensanguentado e debilitado, o Raagoran apenas aguarda a morte. Gyodai o despedaça com múltiplos socos, quebrando ossos em poeira. Beleg finca mais uma flecha que atravessa o abdômen da criatura, espalhando entranhas no chão. Jalin, sem hesitar, dispara sua pistola. O primeiro tiro explode parte da mandíbula do monstro. O segundo atravessa o crânio e espalha massa encefálica pelo campo.

O silêncio pesa. O grupo encontra uma macieira, e após o banquete de sangue, recupera forças para a próxima batalha.


O Grande Batham


Em campo aberto surge o colossal Batham, um brontossauro titânico.

Jalin ergue sua apresentação impactante, enquanto Gyodai, tomado por devaneios da tormenta, se prepara para o massacre.

Beleg some entre as sombras, enquanto Kobta evoca seus reflexos ilusórios.

A cauda monstruosa do Batham chicoteia o ar. Um golpe atravessa um reflexo de Kobta, outro é aparado pelos chifres de Jalin. Bolgg resiste com seu bloqueio brutal, e Gyodai ergue um campo de força para conter a fúria.

Jalin, com sede de vingança, dispara dois tiros contra a besta. Um abre um buraco sangrento na coxa do Batham, o outro estilhaça escamas e cartilagens.

Gyodai ativa a tatuagem de Pitágoras e seus músculos se deformam em armas vivas. Ele avança, pronto para despedaçar.

Beleg, oculto, bebe uma poção de velocidade.

Kobta espera o momento certo para cravar sua lâmina.

O Batham avança e acerta Jalin com a cauda. O impacto é devastador — ossos quase se partem, mas a capa rasgada e o Escudo da Fé de Kobta salvam sua vida.

Enquanto isso, Beleg só pensa em saquear os ovos do colosso.

Bolgg bebe uma poção divina, e seus músculos se dilatam como cordas prestes a explodir. Ele marcha como um carrasco em direção ao monstro.

Jalin, em vingança, lança uma adaga mental que penetra o cérebro do Batham e o deixa cambaleante.

Gyodai, tomado pela fúria da tormenta, o atinge com múltiplos socos — cada impacto racha costelas e faz o sangue jorrar como cachoeiras rubras.

Beleg dispara flechas que atravessam as juntas, rasgando tendões e perfurando órgãos internos.

Kobta, disfarçado de elfo, desfere seu ataque especial — a lâmina atravessa o estômago do monstro, que cospe um rio de sangue e bile.

Bolgg, máquina de matar, finca sua espada executora nas entranhas e rasga de baixo a cima, expondo vísceras como uma oferenda.

Jalin apavora a criatura com sua aura e a lança sono, debilitando a grande criatura.

Gyodai, voando com suas asas de inseto, esmurra as têmporas do Batham em um golpe chamado Orelhão, que estoura seus tímpanos e espalha sangue pelos ouvidos da besta.

Beleg prepara a flecha final. A Flecha da Morte atravessa o crânio do Batham, e o gigante desaba em meio a uma explosão de ossos e sangue.

E então, Thrak’Zul se aproxima calmamente, finca as mãos no corpo ainda quente e arranca o fígado do Batham com um estalo grotesco. Oferece o órgão ensanguentado a Bolgg, que, em um ritual druídico, devora a oferenda e cresce ainda mais em poder.

O campo de batalha se cala, coberto de sangue, ossos partidos e carne dilacerada.

Sob a nuvem voadora, voltamos para Vectora. Nos apresentamos até Raisenzan e ele diz que devemos partir para Sckarshantallas após descansar um pouco, repor e adquirir novos equipamentos. Ele avisa que Vectora não entra no reino de Sckhar e que a parada mais próxima fica em Tyros, um dos feudos de Trebuck. Entrar voando no reino do Dragão é punido com a morte.

Raisenzan apresenta um novo integrante que gostaria de entrar para os serviços do Cobra Véia. É Pitagoras, pai de Gyodai, porém agora está em forma de uma elfa e se apresenta como Anastásia. Ela diz que sua mãe havia lhe disfarçado para que não corresse risco de morte. Mas Gyodai não sabia disso e acredita que o que fizeram com ela foi culpa dos puristas. 


Texto por Roberto Oliveira. 

Revisão por Leandro Carvalho. 

Imagem gerada pelo MetaIA. 

domingo, 31 de agosto de 2025

Fígados, Lagartos e Trovões

 




Gyodai parecia distante, em transe, a mente fundida com o tormenta. Seus olhos ardiam com o reflexo da tempestade, como se estivesse prestes a devorar o próprio céu

Kobta, sempre bufão e cruel, saltava em acrobacias que mais lembravam um ritual macabro. Seus reflexos ilusórios se multiplicavam, como se várias sombras famintas rodeassem o campo, prontas para dilacerar.

Beleg, em silêncio, ergueu a garrafa. A poção de velocidade queimou suas entranhas, e a de concentração fez seus olhos arderem como carvões em brasa. Quando exalou, parecia um predador arqueando o corpo para disparar morte.

Jalin ergueu sua voz e cortou o ar como uma lâmina.

— O fígado do lagarto trovão será de Gyodai!

A sentença caiu sobre nós como maldição. Sua capa ondulou, viva, e a pistola rugiu. O projétil entrou no flanco colossal de Batham e explodiu sangue em jatos grossos, tingindo árvores próximas. A criatura rugiu, o som quebrando o ar, mas resistiu à adaga mental que tentou dilacerar sua mente.

Gyodai não esperou. Bebeu a poção, ativou a tatuagem. Seu corpo se dilatou, músculos inchando até as veias rasgarem a pele. O Punho de Mitral brilhou prateado, e quando atingiu Batham, não foi apenas um soco — foi um terremoto. Ossos imensos estalaram, dentes de marfim foram cuspidos junto de sangue viscoso.

Bolgg, tomado pela poção divina, se agigantou ainda mais. Veias saltavam como cordas sob sua pele monstruosa. Empunhando a espada executora, desceu o aço sobre Batham e abriu um sulco profundo no ombro da besta. O golpe cortou tendões, e a pata dianteira pendeu mole, quase arrancada. O brontossauro urrava, a carne se dilacerando em fitas.

O Grande Batham reagiu. Ergueu-se em duas patas e desabou sobre nós. O impacto abriu crateras no chão. Kobta foi esmagado contra o solo, ossos trincando com estrondo. Jalin voou pelos ares, cuspindo dentes misturados com sangue. A cauda varreu o campo como guilhotina, atingindo Bolgg no peito. O impacto foi tão violento que costelas se partiram, a carne abriu, mas ele se manteve de pé — um colosso ensanguentado que recusava cair.

Beleg disparava. Suas flechas cortavam o ar como estiletes, entrando no corpo da besta e saindo do outro lado em borrifos carmesins. Uma atingiu o olho do Batham, estourando-o em gosma quente que escorreu como lava.

Kobta, gemendo, levantou-se das sombras. Saltou sobre a pata ferida e afundou sua lâmina entre as juntas, rompendo ossos e rasgando veias grossas como cordas. O sangue jorrou, cobrindo-o da cabeça aos pés.

Jalin retomou o fôlego e sua adaga mental mergulhou na mente do colosso. O Batham cambaleou, ensandecido, olhos revirando-se nas órbitas enquanto sua consciência se despedaçava.

Era a brecha.

Gyodai, multiplicado em braços, socava como uma enxurrada de martelos. Cada golpe arrebentava escamas, triturava ossos e fazia a carne abrir em crateras sangrentas. O peito do Batham afundava sob o bombardeio, pulmões colapsando, costelas estourando para fora em lascas ensopadas.

Bolgg, arquejando, ergueu a espada executora mais uma vez. A lâmina brilhou na chuva e desceu num arco monstruoso. O golpe atravessou carne, nervos e metade do pescoço da criatura. O sangue jorrou como uma cachoeira rubra, encharcando todos nós. O brontossauro tentou rugir, mas a garganta aberta só deixou escapar um gorgolejo horrível.

O titã tombou. Seu corpo colossal sacudiu a terra, árvores se partiram com o impacto, e o silêncio só foi quebrado pelo som de seu sangue formando um rio vermelho.

Thrak’Zul não perdeu tempo. Como um açougueiro macabro, enfiou as mãos e lâminas nas entranhas. Rasgou a barriga de Batham de cima a baixo, e o vapor quente das vísceras encheu o ar. O coração pulsava ainda, cada batida cuspindo sangue grosso; o fígado reluzia com energia do trovão, faiscando como metal em brasa.

Gyodai espalhou sua secreção cicatrizante sobre os aliados, e a dor foi insuportável. A carne se fechava rangendo, os músculos queimavam, e todos vomitavam enquanto as feridas se fechavam à força.

No centro do círculo ensanguentado, Thrak’Zul ergueu os órgãos sagrados.

— Sangue pelo sangue. Carne pela força.

O coração latejante foi entregue a Bolgg, que o devorou com as mãos ainda sujas, o peito manchado até os cotovelos. O fígado faiscante foi dado a Gyodai, que o engoliu enquanto o trovão rugia, seu corpo tremendo como se fosse arrebentar.

O céu explodiu em clarões. E naquele momento, ficou claro: não eram mais apenas aventureiros. Eram monstros maiores que o próprio Batham.


Texto por Roberto Oliveira. 

Revisão por Leandro Carvalho. 

Imagens geradas pelo IA sob responsabilidade de Roberto Oliveira. 

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Espadas e Cervos




A Primeira Provação de Kobta – O Kobold Ventanista


Após a dura batalha contra os orcs (conforme relatado na sessão anterior no blog), o Grupo Cobra Véia recuperava suas forças quando notaram a aproximação de uma figura encapuzada.

Gyodai, surpreso, exclamou:

— Travoc?

Kobta, um tanto nervoso por nunca ter visto aquele grupo antes, respondeu de forma trêmula:

— Sim… sou eu.

Gyodai se aproximou, iniciando uma conversa sobre velhos tempos. Mas, conforme o diálogo avançava, a farsa de Kobta caiu por terra. Sem alternativa, ele revelou a verdade: contou como conheceu Travoc e explicou seu disfarce. Para sua sorte, o Grupo Cobra Véia compreendeu a situação e o acolheu como novo integrante.


Missões Paralelas e Reencontros


Logo depois, Gyodai partiu junto de Aric rumo ao acampamento dos orcs.

Aric, mantendo sua identidade de herói mascarado, decidiu retornar a Vectora para investigar um grupo de bandidos que lucrava com o tráfico de monstros. Antes de se despedir, entregou a Gyodai algumas poções de mana, dizendo que poderiam ser úteis.

Enquanto Gyodai seguiu sua missão, Kobta permaneceu com Beleg, Bolg e Jalim, avançando pelas florestas de Galrásia. Bolg, como líder, assumiu a dianteira, enquanto Kobta se ofereceu como batedor, verificando possíveis armadilhas.


O Encontro com os Espadas da Floresta


Nas profundezas traiçoeiras de Galrásia, Kobta enfrentou sua primeira provação. O grupo avistou uma criatura adiante e se preparou para o combate. Bolg tomou a frente, e Kobta, usando furtividade, se posicionou — mas, por ironia do destino, acabou escondendo-se ao lado de um inimigo: um Espada da Floresta, mestre em camuflagem no ambiente.

Quando a luta começou, um dos inimigos investiu violentamente contra Bolgg, que, experiente e resistente, absorveu grande parte do dano e permaneceu firme. Já Kobta viu-se ao lado de outro Espada da Floresta, pronto para surpreendê-lo. Mas um ventanista não pode ser pego de surpresa.

O inimigo desferiu dois ataques mortais: Kobta ergueu um Escudo Arcano, bloqueando o primeiro golpe, mas o segundo atravessou suas defesas, deixando-o com pouca vida.


A Batalha se Intensifica


O som metálico ecoou pela mata, revelando a presença de outros inimigos ocultos.

Jalim reforçou o grupo com sua música de bardo, Beleg disparou flechas certeiras (embora sem impacto decisivo) e Bolgg desferiu ataques devastadores. Mesmo assim, Kobta estava acuado e sem tempo para se recuperar.

No momento mais crítico, duas cobras mágicas — conjuradas por Zanzertain — surgiram e se sacrificaram para protegê-lo. Curiosamente, o mago nem conhecia Kobta pessoalmente ainda, mas mesmo à distância salvou sua vida.

Com a ameaça contida por instantes, Kobta conjurou magia de cura, recuperando boa parte de sua vitalidade, e voltou à furtividade para reposicionar-se.


A Estranha Energia Positiva de Galrásia 


O combate foi agravado por um fenômeno peculiar: ondas de energia positiva que, em excesso, causavam fadiga em todos, exceto Bolgg. Apesar disso, o grupo resistiu e, com esforço conjunto, derrotou os Espadas da Floresta.

Com Gyodai retornando do acampamento dos orcs e trazendo tesouros para venda, todos estavam cansados — inclusive ele, que também fora afetado pela energia positiva.


O Segredo dos Servos de Allihanna


Investigando a área, o grupo descobriu que os Espadas da Floresta protegiam Cervos, criaturas filhas de Allihanna, deusa da floresta. Esses Servos produziam uma seiva poderosa, capaz de curar diversas condições, inclusive a fadiga causada pela energia positiva.

Beleg, como caçador habilidoso, liderou uma operação precisa para derrubar um dos Cervos, permitindo que o grupo coletasse seiva suficiente para três doses. Jalim se prontificou a não tomar, permanecendo fatigado, enquanto os demais se recuperaram.


O Primeiro Passo de Kobta


Assim terminou a primeira jornada de Kobta no Grupo Cobra Véia:

sobreviveu, mostrou valor e deu o primeiro passo para se tornar um membro digno da lendária companhia. O kobold ventanista, antes um estranho encapuzado, agora fazia parte de algo muito maior.


Texto por Ivan Barbosa.

Revisão por Leandro Carvalho.

Imagem gerada por IA pelo Bing. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Orcs e carcajus




Atravessamos o riacho sob o murmúrio da correnteza, e, antes de mergulharmos novamente no caos, fizemos um breve piquenique. Não era um momento de paz — era a calmaria do predador antes do bote. Entre bálsamos e essências de mana, Jalin, como o bufão que é, retirou algumas garrafas de sua mochila. As bebidas não só aqueciam o corpo, mas incendiavam a alma; cada gole parecia afiar lâminas invisíveis dentro de nós. O álcool de Jalin transformava simples golpes em execuções.

Marchamos pela floresta, guiados por Thrak’Zul. As árvores cerradas guardavam o sussurro da morte que se aproximava. Num caminho estreito, vimos Orcs — não apenas perseguindo, mas caçando com selvageria uma ninhada de carcajus.

Thrak’Zul, com um brilho assassino no olhar, murmurou que eram da tribo rival. Bolgg, alheio à rixa, só pensava em domar um dos carcajus para a guerra. Um bárbaro e sua fera — era um pensamento tão perigoso quanto poético.

Foi o bastante. O combate começou.

Thrak’Zul atiçou Gyodai e Beleg, prometendo levá-los até a aldeia inimiga e aos tesouros que jazeriam sobre ossadas frescas.

Beleg, cujo ódio pelos Orcs rivalizava com o fogo de mil fornalhas, sentiu o sangue ferver. Os olhos se tornaram rubros como brasas, e a corda do arco gemeu sob a tensão. A Marca da Presa brilhou e a flecha partiu — cortando o ar como um grito. Atingiu o ponto fraco de um Orc, rasgando carne e osso. O monstro urrava, não de dor comum, mas de uma agonia que ecoaria no pós-vida.

Jalin ergueu a voz em canto, e sua música não era melodia — era uma marcha para a matança. Cada acorde inflamava músculos, cada verso transformava hesitação em sede de sangue.

Gyodai recordou as lições de Zanzertein e liberou uma névoa espessa que engoliu o campo de batalha, cegando inimigos e protegendo aliados. Seus punhos se cobriram com a fúria da tormenta; veios rubros pulsavam sob a pele, prometendo destruição.

Então Bolgg… Bolgg deixou a besta sair.

Ativou sua fúria bárbara e mergulhou na névoa, o rugido atravessando as almas dos Orcs. Guiado pelo Totem de Concentração, desferiu um golpe crítico que não matou — despedaçou. O corte partiu o inimigo em duas metades grotescas; vísceras e sangue espesso se espalharam como uma oferenda aos deuses da carnificina. Os Orcs, em vez de recuar, responderam com ódio renovado. A promessa de vingança foi cuspida com dentes cerrados.

Aric invocou um campo de força, transformando-se numa muralha viva.

Dentre os inimigos, surgiu Ghukk, o Vingativo. Rugiu que o Orc morto lhe devia uma dívida — e que agora cobraria em sangue. Avançou para perfurar o pescoço de Bolgg, mas uma das cobras mortas-vivas se arremessou diante da lâmina, morrendo outra vez para salvá-lo.

Rhol, o Desfigurado, vangloriou-se de treinar cortando cabeças de velociraptors e golpeou Bolgg na cintura — a lâmina ricocheteou contra a pele dura do bárbaro, mas deixou a promessa de mais dor.

Gon, o Cruel, auto-intitulado provador de caixões, investiu contra Aric. A armadura do mago refletiu o ataque com o brilho de um sol zombeteiro.

Jalin, rápido, ergueu a gema da iluminosidade, cegando Ghukk e acompanhando o ato com um discurso tão cortante que os próprios Orcs vacilaram.

Gyodai lançou magia de velocidade e agarrou dois Orcs pelo queixo,  impedindo que eles se apresentem com braços extras surgindo para esmagar rostos com uma fúria ritmada.

Bolgg não esperou — desferiu outro golpe colossal, transformando um dos Orcs presos em nada além de um lago de sangue e ossos pulverizados.

Aric, imitando a velocidade de Gyodai, sacou sua presa da serpente e atingiu Gon com um golpe harmonizado que perfurou a carne como manteiga.

A batalha se tornou uma dança macabra.

— Rhol tentou caçar Jalin na névoa… e acabou ferido na perna.

— Os Orcs presos tentaram se libertar para "se apresentar" antes de morrer. Gyodai riu. “Morrerão anônimos.”

— Outro caiu inconsciente sob seus múltiplos socos; Bolgg esmagou o último como quem apaga uma fogueira com o pé.

Aric matou Gon, o provador de caixões, deixando-o sem provar o próprio.

Foi quando surgiu um Orc de duas cabeças que se apresentava - Eu sou o Orcmutante — duas cabeças, o dobro da feiura. Avançou contra Jalin, que aparou um golpe e recebeu outro no corpo, o impacto sacudindo ossos. O bardo devolveu com uma chifrada brutal, antes de se curar com magia.

Os ataques seguintes foram uma carnificina encadeada:

— Rhol, o Desfigurado, morreu com uma flecha de Beleg atravessando seu pescoço.

— Gyodai prendeu mais dois Orcs, só para Bolgg matá-los como bonecos de pano.

— Aric perfurou o coração de Ghukk, o Vingativo.

— O próprio Orcmutante errou um ataque e atingiu sua própria cabeça num ricochete grotesco.

— Gyodai agarrou o monstro e esmagou suas duas mentes num abraço que virou massacre.

Quando a poeira e a névoa baixaram, o silêncio era pesado.

Bolgg, ainda com respingos de sangue no rosto, caminhou até um carcaju ferido. Ajoelhou-se, aplicou bálsamo e ofereceu comida. O animal, que minutos antes seria caça, olhou para o bárbaro com respeito instintivo. Talvez… um pacto tivesse sido selado.


Texto por Roberto Oliveira. 

Revisão por Leandro Carvalho. 

Imagem gerada por IA pelo Bing.